segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Detalhes de uma investigação policial na Anatólia


Começam a se definir os melhores filmes desta 35ª Mostra SP e ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA (Once Upon a Time in Anatolia | Turquia | 2011) está certamente entre eles. Filme do festejado (no meio cult cinéfilo) turco Nuri Bilge Ceylan (de Climas e Três Macacos), dividiu o prêmio do júri no Festival de Cannes com O Garoto da Bicicleta (que também está na Mostra). Eu nunca tinha visto antes um filme de Ceylan, receoso de uma certa afetação estética vista em trailers e imagens. Mas esse novo filme foi considerado mais direto, sem muitos floreios, o que me animou. E, uau!, que cartão de apresentação fenomenal que é ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA, um filme arrebatador. Temos uma investigação policial mas, claro, tem nada a ver com o padrão norte-americano e muito mais um parentesco com o romeno Polícia Adjetivo. Filmando em largo CinemaScope, Ceylan começa a jornada lenta e tensa à noite, quando dois sujeitos algemados são levados por uma equipe de policiais, mais um investigador e um médico, em busca de um corpo enterrado em algum lugar descampado próximo da cidade. Todo o processo é mostrado em detalhes, enquando vamos conhecendo os personagens. Logo se define o tom humanista do filme, que não está interessado em vilões, motivo do crime ou culpa dos supostos marginais. Assim como o personagem do médico, o filme está mais interessado em observar essas pessoas e as relações entre elas. Como estamos longe de uma investigação criminal à CSI, somos tomados de surpresa por tomadas estranhas, como um momento em que a câmera acompanha uma maçã que cai de uma árvore, rolando até a beira de um riacho, sem nenhum motivo aparente, mas com uma beleza incomum em observar a natureza. Outro elemento de destaque estético é a clara divisão do filme entre a noite misteriosa e o dia claro e mais objetivo da manhã seguinte.

A dormida da equipe na casa de um amigo de um dos investigadores, antes de voltar à cidade, tem uma cena assombrosa, quando uma garota serve comida numa bandeja iluminada por um lampião, parecendo (a confirmar) filmada em câmera lenta, com um efeito de puro encantamento e, novamente, sem nenhum motivo para mover a  trama que, na verdade quase inexiste no formato convencional, nenhum personagem passa por um arco dramático, apenas conhecemos um grupo de pessoas durante as longas 2 horas e 45 minutos de duração que, dependendo do espectador, pode até  parecer pouco tempo, pois gradativamente aumenta nosso interesse por esses pessoas um tanto discretas, solitárias, humanas. Quando enfim o corpo chega ao necrotério, esse filme predominantemente ambientado num universo masculino ganha novas cores com a presença forte de uma mulher, a viúva da vítima, e seu filho. Uma fala, uma lágrima, alguns olhares são suficientes pra perceber compaixão, humanidade, num mundo árido e algo exótico para nós, os espectadores ocidentais, mas que nos irmanamos com estas pessoas na simplicidade universal da condição humana. Belo, impressionante, ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA, a Turquia tentará uma vaga no Oscar de melhor filme estrangeiro no próximo Oscar.

por Fernando Vasconcelos

domingo, 30 de outubro de 2011

Brigar pra quê?


Poucos cineastas sabem criar uma atmosfera verdadeira de tensão, construir suspense através de muito pouco, quase nada. Quem assistiu Maria Cheia de Graça em 2004 lembra, além da incrível e premiada performance de Catalina Sandino Moreno, da tensão quase insuportável da história da menina colombiana grávida que serve de mula para traficantes. O americano Joshua Marston demorou sete anos para realizar sua segunda e aguardada obra. O resultado foi THE FORGIVENESS OF BLOOD (EUA, Albânia | 2011) , que estrou no começo do ano no Festival de Berlim. Uma coisa pode-se afirmar após a sessão do filme: Marston tem uma boa mão para o suspense. Ele transforma um fiapo de enredo numa narrativa de gradual mal-estar e sensação de agonia. Uma pena que o roteiro não faça jus ao pulso firme de diretor que Marston tem. THE FORGIVENESS OF BLOOD aborda uma guerra entre famílias no interior da Albânia, conflito que nasceu após o assassinato do membro de uma delas. O filme se centra nos filhos da família mais pobre, Rudina e Nik. É através dos seus olhos que acompanhamos as ameaças, a violência e os desentendimentos. Nik não quer tomar parte no conflito e faz de tudo para que a guerra pare. Mas pouco ele pode fazer. Isso é basicamente o que move os personagens, e não posso negar que seja um tanto frustrante a falta de um subtexto mais consistente, de mais drama mesmo. O que era simples vira simplório da metade pro final. Afinal, que questões que já não conheçamos Marston quer nos colocar? Desde o início do filme já se percebe que ele é sobre uma juventude que não quer pagar pelo passado de seu sangue, mas não há maiores desenvolvimentos a partit daí. A anti-climática conclusão é insossa, previsível e pobre de simbolismo, deixando uma impressão ruim sobre um filme que é, ao menos, correto. Fato é que, como exercício de gênero, Marston faz um bom trabalho e muitas vezes é difícil não ficar desconfortável, como numa sequência simples envolvendo uma faca, que não move a história pra lugar algum, mas é de roer as unhas.

por Filipe Marcena

Troca-troca para adultos


É difícil encontrar filmes sobre relacionamentos amorosos entre adultos nos cinemas. Geralmente eles vêm empacotados num gênero específico ou são totalmente infantilizados a fim de cativar o público adolescente alesado. APENAS UMA NOITE (Last Night | EUA | 2010), dirigido pela iraniana Massy Tadjedin, é uma rara exceção. São quatro personagens, jovens adultos bem sucedidos, e seus relacionamentos não tão fáceis de classificar. Tudo começa pelo casal Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington), casados há alguns anos e residentes em Nova York. Ela desconfia de sua fidelidade, ele sabe que pode se render à sedução de sua colega de trabalho Laura (Eva Mendes), que está assumidamente interessada nele. Michael e Laura viajam para Filadélfia à trabalho com um grupo. Joanna fica no apartamento e, numa noite, cruza com Alex (Guillaume Canet), antiga paixão mal resolvida que decidiu visitá-la. Muitas questões voltar à tona nessa noite e Tadjedin acerta ao evitar preconceitos e julgamentos. APENAS UMA NOITE é na verdade uma grande DR entre pessoas lindas e abastadas, chegando à beira da frivolidade. Salva-se por encarar os personagens como humanos, não como artifícios de roteiro. Embora seja difícil se envolver emocionalmente (maior problema do filme), ver de fora o desenrolar das tramas chega a ser interessante em parte do tempo.  A frieza da abordagem tem seus benefícios, mas um pouco mais de coração não faria mal. Felizmente, nunca deixa de ser um filme sobre gente grande, até os seus muito bons minutos finais.

por Filipe Marcena

sábado, 29 de outubro de 2011

Hip Hop para todos


Documentários sobre bandas de pop rock geralmente tendem a apenas jogar confete e serem muito elogiados apenas pelos fãs. O ator e diretor Michael Rapaport é claramente um fã de A Tribe Called Quest, mas seu filme BATIDAS, RITMO e VIDA: AS VIAGENS DE A TRIBE CALLED QUEST não fica nessas limitações. O documentário cobre a parte histórica da cena hip hip na Nova York dos anos 90, mas tem uma linha narrativa clara em se aproximar dos integrantes da banda, em relação aos conflitos internos, honestidade artística e dinâmica de egos pessoais dos quatro integrantes. De forma que funciona para quem não é fã, ou nem conhece a banda, que já acabou mas reuniu os integrantes para uma última turnê em 2008. Cheio de momentos pessoais emocionantes e também um registro rico das influências musicais - jazz principalmente - na música do quarteto, faz juz ao título: Batidas, Ritmo e Vida. Muito bem recebido pela crítica, tem chances na categoria no Oscar 2012 e já é um dos preferidos na votação do público na Mostra SP, na categoria documentário.

por Fernando Vasconcelos

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Expectativas de uma hipster


Este o novo filme da diretora Miranda July, do cultuado Eu, Você e Todos Nós, exibido em 2005 e já comentado no Dicas de Cinéfilo do Kinemail. Naquela época, o cinema indie americano entrava numa fase fraca, cheia de mimimi e afetação e que ainda custa a passar. O filme de July chegava muito próximo disso, mas existia uma autenticidade, uma estranheza e uma ternura que transcendia os excessos de fofura. Já este O FUTURO (The Future | EUA | 2011) tende mais para o lado ruim desse cinema, que acha que tudo relacionado à eles é realmente muito interessante. A história é sobre um casal, interpretado por July e Hamlish Linklater (da série The New Adventures of Old Christine), que estão juntos há quatro anos. Eles adotam um gato de rua e o levam ao veterinário, onde o bicho passará um mês. Daí o casal decide mudar de vida nesse período de tempo, e o relacionamento dos dois será testado. Tudo isso é narrado pelo gato, vale salientar.

Existem erros e acertos em O FUTURO. Preciso começar pelo gato narrador que, embora em certo nível funcione como metáfora, torna-se irritante depois de um tempo. Mesmo quem gosta de gatos pode se sentir irritado com a criaturinha dublada pela própria July. Outro problema é o desenvolvimento da personagem de July. É muito arbitrário o comportamento da moça, nada fácil acreditar (que dirá se envolver) nas atitudes dela e em algumas soluções artificiais do roteiro. Por outro lado, existe uma verdade nos sentimentos de frustração que o filme discute. O tal futuro ideal, tão cobiçado e assustador, é visto aqui como um conceito quebrado, defeituoso e puramente fantasioso em se tratando de relacionamentos. Há uma bela sequência dividida por elipses onde o personagem de Linklater 'pára o tempo' momentos antes de ouvir uma revelação que o atormentará, no melhor exemplo de procrastinação justificada que já se viu no cinema. É aí que July mostra seu potencial enquanto estruturadora de narrativas e diretora. O FUTURO é um passo atrás do filme anterior, mas, caso July decida ser menos hipster e mais cineasta, seus próximos trabalhos ainda merecerão uma conferida.

por Filipe Marcena

Cinebiografia mangá


TATSUMI (Cingapura | 2011) é a versão anime da biografia A Drifting Life, do celebrado artista do mangá Yoshihiro Tatsumi, criador do estilo keiga nos anos 70, um mangá de conteúdo adulto que abordava temas pesados e/ou eróticos. Foi exibido na mostra Un Certain Regard em Cannes deste ano e foi selecionado pela Cingapura para concorrer a uma vaga ao Oscar de melhor filme estrangeiro este ano. As chances são mínimas para a animação, mas o que importa é que o trabalho de Eric Khoo (do nunca lançado no Brasil My Magic) merece uma visita. O filme é narrado em blocos que só começam a fazer sentido após certo tempo de projeção: com narração em off, ouvimos um pouco do Tatsumi animado contar trechos de sua história; em certos momentos, somos arremessados para pequenos curtas anime que são inspirados e transportados para a tela no estilo keiga. É uma espécie de coletânea de curtas unidos pelo fio que é seu criador. Como em toda coletânea, o ritmo é irregular, assim como as histórias narradas, mas o saldo é bem positivo. Todos eles se passam num Japão pós-guerra e são recheados de sexo e violência. São eles "Inferno", "Macaco Adorado", "Apenas Um Homem", "Ocupado" (foto) e "Adeus", sendo os dois últimos os melhores. O movimento keiga mudou a maneira de se ler mangá no Japão, e Tatsumi foi a peça principal, mostrando um país decadente e em frangalhos em seus traços. Não é um filme excepcional, mas a autenticidade do material encanta, assim como a própria presença de Tatsumi no projeto. Vale como curiosidade.

por Filipe Marcena

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Hey Loverboy, you're gonna lose that girl


Mas que nova onda abençoada essa do cinema romeno pós comunismo! Depois do hype do 'cinema romeno' de uns 3 anos pra cá, nos chega esse surpreendente filme de Catalin Mitulescu (Como Eu Festejei o Fim do Mundo, exibido no Brasil) LOVERBOY que já é uma das melhores novidades dessa edição da Mostra SP. O "boy" do título é um rapaz de 20 anos, Luca (George Pistereanu, perfeito)  que trabalha numa oficina de motos e leva uma vida marginal de seduzir e agenciar garotas para trabalhar no mercado de prostituição nas fronteiras próximas. O garoto, logo se percebe, não se identifica com seu bando de colegas grosseiros e misóginos, tem carência da figura materna (foi abandonado pela mãe) e, no jogo profissional de enganar garotas, fica sempre ambíguo até onde vai a armação e até onde ele realmente se apaixona por elas. E a garota que vai partir seu pobre coração é Veli (Ada Condeescu, ótima). Tudo no filme funciona, os atores são rapidamente cativantes, existe carinho do roteiro e direção por esses personagens, o ambiente é naturalista mas evita o tom documental manjado. E é muito, muito curioso ver a globalização do mundo jovem marginalizado, os jovens romenos mostrados não são muito diferentes dos brasileiros, seja no figurino piriguete, nos botecos de música brega, numa farra farofeira na praia e assim por diante, LOVERBOY (pra quem é pernambucano) poderia ser rodado no Ipsep ou em Barra de Jangada. Ainda, as favelas urbanas e scooters e motos chegam a lembrar o ótimo brasileiro O Céu de Suely. Mas, claro, isso conta apenas como curiosidade. LOVERBOY é ótimo cinema, onde a história se constrói naturalmente, sem discursos sociológicos ou explicativos, e a graça e a força do filme atingem o espectador universal na simplicidade de falar em sofrer por amor, viver numa cilada emocional de escolhas difíceis. No caso de Luca, entre se virar na dureza capitalista ou ter alguém para amar e ser amado. Um filmaço.

por Fernando Vasconcelos

Jogo de cena política à francesa


Esse filme francês me chamou atenção por ter sido exibido no Festival de Cannes na competição oficial, onde foi aplaudido por uns 15 minutos ao final da sessão. O conhecido ator Vincent Lindon (de Bem-vindo e Mademoiselle Chambon) divide a cena com o ator e diretor Alan Cavalier. PATER é um exercício de cinema onde temos um pai e um filho (ou serão amigos que se passam por pai e filho?) brincando de filmar, com pequenas e ágeis câmeras digitais, assumindo personagens, como um deles sendo o presidente da França em final de mandato e o outro um primeiro ministro convidado a ser o próximo presidente. Entre detalhes cotidianos de bastidores, como que roupa usar, a discussões interessantes sobre política e poder, o filme é um experimento leve, intimista, às vezes divertido quando, por exemplo, Vincent Lindon diz que, se eleito presidente, qualquer político que roubar um único Euro do dinheiro público será severamente punido com cadeia, algo que no contexto do Brasil vira uma piada pronta. O filme segue seu formato de invenção moderna, parecendo ser um making of ou um documentário ou ficção, num jogo de cena sobre representações e aparências - que é a realidade/falsidade da vida política - e que remete em muitos momentos ao trabalho do nosso Eduardo Coutinho (que está na Mostra SP com seu novo As Canções). Longe de merecer empolgados aplausos ao final, na sessão em que vi o filme muitos saíram na metade, talvez impacientes com a proposta de PATER ou ao certo com a longa duração do filme que, por quase duas horas, torna-se realmente cansativo. Recomendado como uma curiosidade cinéfila, em especial para quem faz cinema.

por Fernando Vasconcelos

TV Cultura exibe documentário sobre os 35 anos da Mostra SP



No próximo domingo, 30 de outubro, a TV CULTURA homenageia o criador da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Leon Cakoff, com a exibição às 20h30 de um documentário sobre os 35 anos do evento, dirigido por Hélio Goldsztejn e Sônia Guimarães. O filme aborda a incansável missão do recém-falecido Leon Cakoff em abrir espaço para filmes de cinematografias distantes, enfrentando percalços como a censura nos anos de ditadura. O documentário mostra  depoimentos dos  diretores Fernando Meirelles, Bruno Mantovani, Hugo Giorgetti, Carlos Reichembach, Lais Bodansky, Daniela Thomas, Esmir Filho, Lily Café, Cao Hambúrguer, da atriz portuguesa Maria de Medeiros e da codiretora da Mostra, Renata de Almeida, viúva de Cakoff. São destacadas as experiências e desafios profissionais e pessoais a cada ano e traz um depoimento do cineasta israelense Amos Gittai, sobre o falecimento de Cakoff, sua vinda a São Paulo e a importância da Mostra internacionalmente,  com passagens sobre da vinda de Quentin Tarantino, com o filme Cães de Aluguel, e do diretor espanhol Pedro Almodóvar.

por Fernando Vasconcelos

Milagre pagão


Bruno Dumont continua a ressignificar o sagrado e o religioso com FORA DE SATÃ (Hors Satan | França | 2011), exibido em competição em Cannes. Seu filme anterior, O Pecado de Hadewijch, foi bem sucedido em sua análise sobre o fanatismo e a fé, mas já apresentava sinais de cansaço de exercício de Dumont. Esse novo confirma a fadiga, embora ainda seja bastante assistível. Dumont, mais do que nunca, não se prende a explicações e deixa o ritmo lento e as ações inusitadas capturarem nossa atenção, o que deixa muita gente incomodada e coçando a cabeça ao final do filme. Acompanhamos um homem estranho (David Dewaele, que estava em Hadewijch) e sua única amiga (Alexandra Lematre, uma mistura de Lorna com a garota com a tatuagem de dragão) às voltas pelas estradas e campos do interior francês. Ambos vão à casa dela e, com uma espingarda, ele assassina um homem, seu padrasto. Esse primeiro choque marca do desenvolver da narrativa, que é bem simples mas sempre busca transcender. O homem é uma espécie de santo não anunciado, embora nada indique qualquer relação com o cristianismo. Reverencia a natureza, indicando uma crença pagã. Ao mesmo tempo, pratica algo próximo de exorcismos em garotas, o que pode contradizer as raízes pagãs de suas práticas. Entre um longo e belo plano estático e outro, poucos eventos e muito simbolismo. FORA DE SATÃ traz uma estranheza conhecida, uma lentidão e dificuldade que nos acostumamos a esperar de Dumont, e talvez por isso não cause maior choque. Com exceção da bizarríssima cena de sexo que nenhum outro filme nessa Mostra deve bater, as cenas cruciais de FORA DE SATÃ causam no máximo uma curiosidade momentânea. Não precisamos de respostas para os milagres encenados para aceitarmos a provocação, mas a quase que total falta de pistas do filme nos impede de uma aproximação maior.

por Filipe Marcena

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Que país é esse?


Existe uma necessidade no cinema brasileiro de histórias sobre as classes média e média alta, que só são mesmo populares nas telenovelas. São poucos os exemplos de filmes que investem em personagens e conflitos típicos desses grupos, justamente os maiores consumidores de cinema do Brasil. Em Pernambuco isso vem ficando muito forte. Um Lugar ao Sol, documentário de Gabriel Mascaro, escolheu como objeto de estudo os moradores das coberturas brasileiras. Causou polêmica, foi amado e criticado e continua tendo sua ética discutida. Logo mais estreiam O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, sobre a vida no bairro classe média Setúbal, no Recife; Boa Sorte, Meu Amor, de Daniel Aragão, que já apontou a câmera para a juventude abastada em seus curtas; e Todas as Cores da Noite, de Pedro Severien, também sobre jovens classe média. Paulo Caldas, do recente Deserto Feliz, acabou sendo o primeiro em termos de ficção a dar as caras com PAÍS DO DESEJO (Brasil | 2011), que tem protagonistas sem maiores problemas financeiros. O filme é sobre a crise religiosa de um padre, o reencontro com a arte de uma pianista hemofílica, e sobre a necessidade de mais amor no mundo. Ou algo assim.

PAÍS DO DESEJO é uma grande tentativa de fazer cinema sério, adulto, profundo, 'artístico' sobre as relações humanas com o religioso e o corpóreo. A competente abertura por exemplo, faz um bom trabalho de introdução nesse sentido. Infelizmente nunca passa da abertura. Existe um cuidado técnico e muita pretensão na concepção estética do filme, e se a princípio isso pode ser um elogio, por outro ado chega a incomodar a dureza das imagens. São inúmeros planos estáticos com baixíssima profundidade de campo, ou seja, pouco movimento e pouco a se ver. Reside nos atores o trabalho de carregar o filme, mas eles não tem muito com o que trabalhar. São diálogos constrangedores, situações mal desenvolvidas, personagens sem vida, sem carne nem osso. Basta dizer que numa revelação crucial, uma dramática declaração de amor, o cinema caiu em gargalhadas. Maria Padilha, como a pianista Roberta, claramente sofre para dizer uma frase que seja com naturalidade, enquanto Fábio Assunção jamais convence como padre, embora se esforce. Bons atores como Germano Haiut, Nicolau Breiner, Lívia Falcão e Nash Laila são totalmente desperdiçados numa decepcionante direção de atores, enfraquecendo o pouco que se tinha. PAÍS DO DESEJO ainda erra na música mal utilizada, na falta ritmo e cadência na montagem, no roteiro que mistura aborto, transplante de rins, crise cristã e hipocrisia numa estrutura incoerente, e no visual, onde tudo o que se vê em cena é irritantemente azul, sem simbolizar coisa alguma. E mesmo considerando que a cidade onde o filme se passa é fictícia, personagens sem identidade geram lugares sem identidade. Esse país é um que não existe, e que não chega a lugar algum. O único desejo que fica é o de que façam um outro filme com a personagem da japonesa interpretada por Juliana Kametani, que aqui não serve de nada, mas é a coisa mais interessante do longa.

por Filipe Marcena

domingo, 23 de outubro de 2011

AMARCORD de Fellini no Ibirapuera ao ar livre


EXTRA! EXTRA! Comemorando centenário do compositor Nino Rota, a 35ª Mostra exibe sessão gratuita de cópia restaurada de AMARCORD (1973) de Federico Fellini na área externa do Auditório doParque Ibirapuera no domingo 30 de outubro, horário a confirmar. Promete festa linda de cinema, como a exibição de METROPOLIS no ano passado.

por Fernando Vasconcelos

Laranja Mecânica: de 1971 para 2011


Sessão histórica nessa 35ª Mostra SP, vimos a primeira exibição no Brasil da cópia restaurada em digital cristalino de LARANJA MECÂNICA. Realizado por Stanley Kubrick em 1971, é um dos filmes mais cultuados da história do cinema, em boa barte pelas razões erradas, por jovens que se identificam com o personagem niilista Alex (Malcom McDowell), amante de drogas, ultraviolência, sexo e Beethoven. Especialmente no Brasil, o filme é lendário. Proibido pela censura, chegou aos cinemas no final da década de 70, exibido com ridículas bolinhas pretas cobrindo as genitálas desnudas. Aplicadas diretamente sobre a película, as bolinhas nem sempre acertavam o alvo, tornando as cenas censuradas motivo de gargalhadas nas sessões. Stanley Kubrick adaptou no momento certo o romance de Anthony Burgess, uma sátira social polêmica sobre o impulso do ser humano pela violência e os métodos não menos radicais da sociedade para tentar controlá-los. É um tema mais atual do que nunca, 40 anos depois da realização do filme mas, dentro do conjunto da obra de Kubrick, esse parece ser seu filme que mais envelheceu, ficou datado. Longe de provocar empolgação na plateia lotada da sessão do Cinesesc (com muito poucos jovens), LARANJA MECÂNICA visto em 2011 provocou mais um sentimento de reverência solene ao diretor e mornos aplausos ao final. Nunca foi um dos meus favoritos de Stanley Kubrick (os meus prediletos são Glória Feita de Sangue, Lolita, Dr. Fantástico, Barry Lyndon e O Iluminado) e a sensação ao final da sessão me fez lembrar o discutido ranking do site Nerve, que coloca LARANJA MECÂNICA nas últimas posições da filmografia do diretor, comentando  algo que eu concordo plenamente: Stanley Kubrick faz a identificação do espectador com o personagem Alex menos por atingir o que ele tem de humano e mais por estilizar a violência gráfica. De qualquer forma, é um Kubrick memorável, tem seus grandes momentos e é sessão obrigatória para cinéfilos. Acontecerão mais 2 sessões na Mostra SP (que também exibe o documentário Era uma vez... Laranja Mecânica) e o filme estará na Retrospectiva Stanley Kubrick da Janela Internacional de Cinema do Recife, no sábado 05 de novembro no Cinema São Luiz. Agende-se!

por Fernando Vasconcelos

Parajanov: Cinema bom para os olhos


Segundo dia de Mostra e o Kinemail mais uma vez preferiu revisitar antigos clássicos em sessões especiais e retrospectivas. Não que não estejamos empolgado com os tão promovidos inéditos, que vamos começar a ver nesse domingo, mas é bom começar um festival (re)assistindo a obras clássicas e definitivas, já estabelece um nível alto para as novas produções. Ontem foi dia de Sergei Parajanov com o hipnotizante O TROVADOR KERIB (Ashug-Karibi | União Soviética | 1988), e Stanley Kubrick com a cópia restaurada em digital de Laranja Mecânica. Ambas as sessões lotadas, com gente sentada no chão, lindo de se ver. O TROVADOR KERIB foi exibido em 35mm, cópia brasileira legendada exibida no país em 1988. Quem se familiarizou com o cineasta através de A Cor da Romã, obra-prima lançada em DVD pela Lume Filmes, já sabe com que tipo de gênio está lidado. Em O TROVADOR KERIB, Parajanov, nascido na Geórgia mas de descendência Armênia, narra em capítulos a história do menestrel Kerib que, após prometer casamento à sua amada, parte para uma viagem errante de 1001 dias a fim de reunir dinheiro suficiente para cumprir seu compromisso, reutilizando elementos da cultura armênia, turca e do Azerbaijão.

Parajanov era artista plástico, inclusive quando era cineasta. Usando poucos diálogos e músicas folclóricas, O TROVADOR KERIB tem um espírito de lenda que é construído através de seus curtos episódios e imagens pictóricas e elaboradas, uma série de tableux vivants míticos. É altamente virtuoso, com fotografia e direção de arte surrealistas de cair o queixo. E também divertido, com um humor que remete à Jacques Tati e números musicais. Mas Parajanov não faz uma simples coleção de belíssimas imagens, e sim uma de suas obras mais pessoais. Existem, na maneira com que a alma do Kerib é destrinchada, simbolismos evocativos para as tribulações do artista. Um trovador reutiliza obras de outros autores adicionando seus próprios floreios às canções. Em uma cena muito tocante, Kerib enterra um velho e recém falecido trovador ao som de uma versão peculiar de 'Ave Maria'. Quando, ao final do filme, vemos a dedicatória ao cineasta Andrey Tarkovskiy, amigo próximo de Parajanov morto dois anos antes da realização de O TROVADOR KERIB, é difícil não sentir uma nova onda de emoção. Cinema grandioso repleto de dança, música e deleites visuais em curtos 75 minutos. Os filmes do Parajanov estão entre as sessões imprescindíveis dessa Mostra.

por Filipe Marcena

sábado, 22 de outubro de 2011

Pra começar, um clássico de Elia Kazan


É tentadora a quantidade de filmes inéditos disponíveis diariamente na Mostra SP, mas também é difícil resistir a oportudidade de ver uma sessão de um clássico querido da sua DVDteca numa tela grande de cinema. O escolhido na sexta-feira 21, primeiro dia oficial da maratona cinéfila, foi VIDAS AMARGAS (East of Eden, 1955) que abriu a Retrospectiva Elia Kazan em sessão com presença da viúva do diretor, a escritora Frances Kazan. O filme é adaptação do romance de John Steinbeck, um poderoso drama familiar que marca a histórica estreia no cinema de James Dean - que só atuou em mais dois filmes, Juventude Transviada e Assim Caminha a Humanidade, antes da morte trágica aos 24 anos, em acidente de carro -, com uma presença impressionante em cena, resultado da escola revolucionária do Actor's Studio, cujo método mudaria a forma de atuação no cinema na época, reveleando uma nova geração de atores, como Marlon Brando, Ellen Burstyn, Gene Hackman e Al Pacino. As maravilhosas imagens de Tedd McCord em largo CinemaScope e uma inesquecível trilha sonora de Leonard Roseman completam a obra-prima. Em resumo, linda sessão de cinema.

por Fernando Vasconcelos

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Faust, Leão de Ouro em Veneza, entra na programação


O site da Mostra (www.mostra.org) confirmou Faust, vencedor do Leão de Ouro do último Festival de Veneza, como o mais novo filme a integrar a programação. O filme de Alexander Sokurov foi escolhido como o favorito pelo júri liderado por Darren Aronofsky em setembro deste ano. O filme é uma adaptação particular do mito de Fausto, sem maiores conexões com as encarnações anteriores do personagem (Goethe, Murnau). O filme encerra a tetralogia do poder de Sokurov, iniciado por Moloch e seguido de Taurus e O Sol. Embora nenhuma sessão tenha sido confirmada, já se sabe que o filme será exibido em 35mm.

domingo, 16 de outubro de 2011

Programação da 35ª Mostra

Neste domingo foi revelada a programação da 35ª Mostra. Como anunciado, a seleção é de filmes totalmente inéditos nas salas do país, esse ano em menor número (250 filmes, quase metade dos mais de 400 exibidos ano passado). A surpresa é que, salvo raras exceções, não há estrelas nem filmes populares na lista, mesmo considerando que alguns filmes bem antecipados não foram exibidos no Fest Rio. A primeira exceção é Tudo Pelo Poder, dirigido por George Clooney e estrelado por ele, Ryan Gosling e grande elenco, que foi exibido no festival carioca e é o único filme que chega perto do categoria 'blockbuster' na Mostra (embora seja um filme de temas políticos que dificilmente fará sucesso no Brasil). Também conhecidos são os irmãos Dardenne, que abrem o evento na quinta-feira 20 com o premiado O Garoto da Bicicleta; Bruno Dumont (Fora de Satã); Marco Bellocchio (Irmãs Jamais); Marjane Satrapi (Frango com Ameixas); Mathieu Amalric (A Ilusão Cômica); Nanni Moretti (Habemus Papam); Nicholas Klotz (Low Life), Nuri Bilge Ceylan (Era Uma Vez na Anatólia), Carlos Sorin (O Desaparecimento do Gato) e Miranda July (O Futuro). A Mostra também presta homenagem à Jafah Panahi, cineasta iraniano preso em 2010, exibindo seu documentário Isto Não é Um Filme.


  

 

Falando em documentários, chama atenção as presenças de As Canções, de Eduardo Coutinho; Projeto Nim, de Joshua Marston (O Equilibrista); O Mundo de Corman: Aventuras de Um Rebelde em Hollywood, sobre o cineasta Roger Corman; o doc musical Batidas, Rimas e Vida: As Viagens de A Tribe Called Quest; e o aguardado e aplaudido documentário em 3D de Werner Herzog, A Caverna dos Sonhos Esquecidos. Já os destaques brasileiros ficam por conta de Sudoeste, elogiado longa de Eduardo Nunes; País do Desejo, novo de Paulo Caldas; O Palhaço, dirigido por Selton Mello; Os 3, de Nando Olival; Histórias que Só Existem Quando Contadas, de Júlia Murat; e Eu Receberia As Piores Notícias de Seus Lindos Lábios, de Beto Brant e Renato Ciasca. Entre as sessões especiais o Kinemail destaca as exibições de O Leopardo de Visconti, Taxi Driver de Scorsese, Despair de Fassbinder, 1900 de Bertollucci, e dos filmes de Carlos Manga, como O Homem de Sputnik e Nem Sansão Nem Dalila. Claro, destaque também para a excelente retrospectiva do mestre Elia Kazan.



                   

 E pra não dizer a 35ª Mostra não tem estrelas, veremos rostos conhecidos como Keira Knightley em Apenas Uma Noite (incrível como todo ano tem um filme dela); Adrien Brody em Desapego (de Tony Kaye, de A Outra História Americana); Helena Bonhan Carter em Toast; Clotilde Hesme em Angele e Tony; Ben Foster no indie Aqui; Vincent Lindon em Pater; e William Hurt e Isabella Rossellini em Late Bloomers - O Amor Não Tem Fim, de Julie Gavras (A Culpe é do Fidel!). Pequenos hits como Submarine (de Richard Ayoade), The Forgiveness of Blood (Joshua Marston, de Maria Cheia de Graça), o romeno Loverboy (Catalin Mitulescu), Tatsumi (Eric Khoo) e o mais novo produto da recente safra de filmes gregos estranhos Attenberg (de Athina Rachel Tsangari, que tem no elenco e na produção Giorgos Lanthimos, indicado ao Oscar por Dente Canino) também estão na seleção. E ainda será realizada a estreia de Mundo Invisível, coletânea de curtas dirigidos por cineastas como Wim Wenders, Atom Egoyam (presidente do júri deste ano) e por Leon Cakoff, que também produziu o longa. Desde já um dos mais aguardados da Mostra. Confira abaixo a programação completa:

PROGRAMAÇÃO 35ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO

1900 (NOVECENTO), de Bernardo Bertolucci
A ALMA DAS MOSCAS (EL ALMA DE LAS MOSCAS), de Jonathan Cenzual Burley
A ALMA ROQUEIRA DE NOEL ROSA, de Alex Miranda
A CASA (DOM), de Zuzana Liová (97')
A COR DA ROMÃ (SAYAT NOVA), de Sergei Paradjanov
A DECISÃO (LIU XU), de Jinkai  Liu (83')
A DOCE VIDA (LA DOLCE VITA), de Federico Fellini
A DOENÇA DO SONO (SCHALFKRANKHEIT), de Ulrich Köhler
A EDUCAÇÃO (DIE AUSBILDUNG), de Dirk Lütter
A ILUSÃO CÔMICA (L'ILLUSION COMIQUE), de Mathieu Amalric
A LENDA DA FORTALEZA SURAM (AMBAVI SURAMIS TSIKHITSA), de Sergei Paradjanov
A MARCA (DER BRAND), de Brigitte Maria Bertele
À MARGEM DO XINGU - VOZES NÃO CONSIDERADAS, de Damià Puig
A MILHAS DE DISTÂNCIA (AU CUL DU LOUP), de Pierre Duculot
A MORTE DE PINOCHET (LA MUERTE DE PINOCHET), de Bettina Perut, Iván Osnovikoff
A NAVE - UMA VIAGEM COM A JAZZ SINFÔNICA DE SP, de Luiz Otavio de Santi
A TERRA ULTRAJADA (LA TERRE OUTRAGEE), de Michale Boganim
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA MARIJUANA (THE TRUE HISTORY OF MARIJUANA), de Massimo Mazzucco
A VISITA MARAVILHOSA (LA VISITA MERAVIGLIOSA. VIAGGIO IN ITALIA SULLE TRACCE DI NINO ROTA), de Mauro Gioia
ACORAZADO (ACORAZADO), de Alvaro Curiel de Icaza
ADEUS (BÉ OMID É DIDAR), de Mohammad Rasoulof
ALEKSANDER SOKUROV, QUESTÃO DE CINEMA (ALEKSANDER SOKUROV - QUESTIONS DE CINEMA), de Anne Imbert
ALÉM DO ÍCONE (BEYOND ICONIC), de Hanna Sawka Hamaguchi
ALGUMAS NUVENS (QUALCHE NUVOLA), de Saverio Di Biagio
AMANHÃ NUNCA MAIS, de Tadeu Jungle
ANGÈLE E TONY (ANGELE ET TONY), de Alix Delaport
ANIMAL SAGRADO (ILAHI MEXLUG), de Yaver Rzaev
APENAS UMA NOITE (LAST NIGHT), de Massy Tadjedin
APRENDENDO A SER KOSHER (NICHT GANZ KOSCHER), de Ruth Olshan
AQUI (HERE), de Braden King
ARTIGAS (ARTIGAS - LA REDOTA), de Cesar Charlone
AS CANÇÕES, de Eduardo Coutinho
AS FLORES DE KIRKUK (GOLAKANI KIRKUK), de Fariborz Kamkari
AS NEVES DO KILIMANJARO (LES NEIGES DU KILIMANDJARO), de Robert Guédiguian
AS ONDAS (LAS OLAS), de Alberto Morais
AS PRESAS (LA TRAQUE), de Antoine Blossier
ATTENBERG (ATTENBERG), de Athina Rachel Tsangari
BATIDAS, RIMAS & VIDA: AS VIAGENS DE A TRIBE CALLED QUEST (BEATS, RHYMES & LIFE: THE TRAVELS OF A TRIBE CALLED QUEST), de Michael Rapaport
BELLEVILLE TÓQUIO (BELLEVILLE TOKYO), de Elise Girard
BLOWFISH (BLOWFISH), de Chi Yuarn Lee
BOLLYWOOD: A MAIOR HISTÓRIA DE AMOR DE TODOS OS TEMPOS (BOLLYWOOD: THE GREATEST LOVE STORY EVER TOLD), de Rakeysh Omprakash Mehra, Jeff Zimbalist
BRUTA AVENTURA EM VERSOS, de Letícia Simões
BULLHEAD (RUNDSKOP), de Michael R. Roskam
CABRA MARCADO PARA MORRER, de Eduardo Coutinho
CALVET (CALVET), de Dominic Allan
CARNAVAL (CARNIVAL NO MEU QUINTAL), de Alex Miranda
CARNAVAL ATLÂNTIDA, de José Carlos Burle
CARTA PARA O FUTURO, de Renato Martins
CARTAS DO KULUENE, de Pedro Novaes
CAVERNA DOS SONHOS ESQUECIDOS (CAVE OF FORGOTTEN DREAMS), de Werner Herzog
CENTRO DE GRAVIDADE, de Steven Richter
CHE, UM HOMEM NOVO (CHE, UN HOMBRE NUEVO), de Tristán Bauer
CISNE (CISNE), de Teresa Villaverde
CLAMOR DO SEXO (SPLENDOR IN THE GRASS), de Elia Kazan
COMBAT GIRLS (KRIEGERIN), de David Wnendt
COMO COMEÇAR SEU PRÓPRIO PAÍS (HOW TO START YOUR OWN COUNTRY), de Jody Shapiro
CONSTRUÇÃO, de Carolina Sá
CORAÇÃO DO SAMBA, de Thereza Jessouroun
CUBA LIBRE (CUBA LIBRE), de Evaldo Mocarzel
CUT (CUT), de Amir Naderi
DANCE TOWN (DANCE TOWN), de Jeon Kyu-hwan
DE VOLTA À FELICIDADE (WALKING BACK TO HAPPINESS), de Pascal Poissonnier
DE VOLTA AO CRIME (BUNOHAN), de Dain Said
DEPOIS DO SUL (APRES LE SUD), de Jean-Jacques Jauffret
DESAPEGO (DETACHMENT), de Tony Kaye
DESPAIR (DESPAIR - EINE REISE INS LICHT), de Rainer Werner Fassbinder
DESTE LADO DA RESSUREIÇÃO (DESTE LADO DA RESSUREIÇÃO), de Joaquim Sapinho
DEUS DISSE NÃO (GOD NO SAY SO), de Brigitte Uttar Kornetzky
DIECI INVERNI (DIECI INVERNI), de Valerio Mieli
ELA NAO CHORA, ELA CANTA (ELLE NE PLEURE PAS, ELLE CHANTE), de Philippe de Pierpont
ELENA (ELENA), de Andrey Zvyagintsev
EM ALGUM LUGAR ESTA NOITE (SOMEWHERE TONIGHT), de Michael Di Jiacomo
ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA (BIR ZAMANLAR ANADOLU'DA), de Nuri Bilge Ceylan
ERA UMA VEZ...LARANJA MECÂNICA (IL ÉTAIT UNE FOIS... ORANGE MÉCANIQUE), de Antoine de Gaudemar
ESQUEÇA O SEU FIM (VERGISS DEIN ENDE), de Andreas Kannengiesser
ESTOU COM VOCÊ (IO SONO CON TE), de Guido Chiesa
EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DOS SEUS LINDOS LÁBIOS, de Beto Brant, Renato Ciasca
EU, VOCÊ, OS OUTROS (TOI, MOI, LES AUTRES), de Audrey Estrougo
FIM DA NOITE (YORUGA OWARU BASHO), de Daisuke Miyazaki
FIM DE SEMANA À BEIRA-MAR (NI A VENDRE NI A LOUER), de Pascal Rabaté
FLOR SOBRE A PEDRA (TSVETOK NA KAMNE), de Sergei Paradjanov
FORA DE SATÃ (HORS SATAN), de Bruno Dumont
FORA DO FIGURINO, de Paulo Pélico
FORT MCCOY (FORT MCCOY), de Kate Connor, Michael Worth
FRANGO COM AMEIXAS (POULET AUX PRUNES), de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud
GIRIMUNHO, de Clarissa Campolina, Helvécio Marins Jr.
GOSTO DE OLHAR AS MENINAS (J´AIME REGARDER LES FILLES), de Frédéric Louf
GRANDE DIA (GREAT DAY), de Keng Guan Chiu
GREAT KILLS ROAD (GREAT KILLS ROAD), de Tjebbo Penning
GREEN (GREEN), de Sophia Takal
GROMOZEKA (GROMOZEKA), de Vladimir Kott
HABEMUS PAPAM (HABEMUS PAPAM), de Nanni Moretti
HALABJA - AS CRIANÇAS PERDIDAS (HALABJA-DIE VERLORENEN KINDER), de Akram Hidou
HANEZU (HANEZU NO TSUKI), de Naomi Kawase
HAPPY PEOPLE: A YEAR IN THE TAIGA (HAPPY PEOPLE: A YEAR IN THE TAIGA), de Werner Herzog, Dmitry Vasyukov
HEADHUNTERS (HODEJEGERNE), de Morten Tyldum
HISTÓRIAS DA INSÔNIA (SLEEPLESS NIGHTS STORIES), de Jonas Mekas
HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS, de Julia Murat
HOLLYWOOD NO CERRADO (HOLLYWOOD NO CERRADO), de Armando Bulcão, Tânia Montoro
HOMEM SEM CELULAR (ISH LELO SELOLARI), de Sameh Zoabi
HORA MENOS (HORA MENOS), de Frank Spano
INOCÊNCIA (NEVINNOST), de Jan Hrebejk
IRMÃS JAMAIS (SORELLE MAI), de Marco Bellocchio
ISTO NÃO É UM FILME (IN FILM NIST), de Jafar Panahi, Mojtaba Mirtahmasb
JEANNE (JEANNE), de Shahram Varza
JESS + MOSS (JESS + MOSS), de Clay Jeter
JIMMY RIVIERE (JIMMY RIVIERE), de Teddy Lussi-Modeste
JIRO DREAMS OF SUSHI (JIRO DREAMS OF SUSHI), de David Gelb
JOGOS DE VERÃO (GIOCHI D´ESTATE), de Rolando Colla
JOVENS MODERNOS (DES JEUNES GENS MÖDERNES), de Jérôme de Missolz
KAIDAN HORROR CLASSICS (AYASHIKI BUNGO KAIDAN), de Kore-eda Hirokazu, Ochiai Masayuki, Tsukamoto Shinya, Lee Sang
KHRUSTALYOV, MEU CARRO! (KHRUSTALYOV, MASHINU!), de Aleksei German
LA BOCCA DEL LUPO (LA BOCCA DEL LUPO), de Pietro Marcello
LA PASSIONE (LA PASSIONE), de Carlo Mazzacurati
LÀ-BAS - EDUCAÇÃO CRIMINAL (LA BAS - EDUCAZIONE CRIMINALE), de Guido Lombardi
LABRADOR (LABRADOR), de Frederikke Aspöck
LAÇOS HUMANOS (A TREE GROWS IN BROOKLYN), de Elia Kazan
LARANJA MECÂNICA (A CLOCKWORK ORANGE), de Stanley Kubrick
LAS ACACIAS (LAS ACACIAS), de Pablo Giorgelli
LATE BLOOMERS - O AMOR NÃO TEM FIM (LATE BLOOMERS), de Julie Gavras
LOOK, STRANGER (LOOK, STRANGER), de Arielle Javitch
LOVERBOY (LOVERBOY), de Catalin Mitulescu
LOW LIFE (LOW LIFE), de Nicolas Klotz, Elisabeth Perceval
MAFROUZA 1 - QUE NOITE! (MAFROUZA 1 - OH LA NUIT!), de Emmanuelle Demoris
MAFROUZA 2 - CORAÇÃO (MAFROUZA 2 - COEUR), de Emmanuelle Demoris
MAFROUZA 3 - QUE FAZER ? (MAFROUZA 3 - QUE FAIRE ?), de Emmanuelle Demoris
MAFROUZA 4 - A MÃO DA BORBOLETA (MAFROUZA 4 - LA MAIN DU PAPILLON), de Emmanuelle Demoris
MAFROUZA 5 - PARÁBOLAS (MAFROUZA 5 - PARABOLES), de Emmanuelle Demoris
MAKING OF - TROPA DE ELITE 2, de Alexandre Lima
MALDITOS CARTUNISTAS, de Daniel Garcia, Daniel Paiva
MALDITOS GAROTOS (JÄVLA POJKAR), de Shaker K. Tahrer
MARATHON BOY (MARATHON BOY), de Gemma Atwal
MARCELO YUKA NO CAMINHO DAS SETAS, de Daniela Broitman
MARGENS (RIVES), de Armel Hostiou
MARIA MY LOVE (MARIA MY LOVE), de Jasmine McGlade Chazelle
MARIGHELLA, de Isa Grinspum Ferraz
MENTIRAS SINCERAS, de Pedro Asbeg
MEU AMIGO IVAN LAPSHIN (MOY DRUG IVAN LAPSHIN), de Aleksei German
MEU PRÍNCIPE. MEU REI. (MEIN PRINZ. MEIN KÖNIG.), de Ciril Braem Tscheligi
MIKE (MIKE), de Lars Blumers
MONTEVIDÉU - O SONHO DA COPA (MONTEVIDEO, BOG TE VIDEO!), de Dragan Bjelogrlic
MOVIMENTO REVERSO (OBRATNOE DVIZHENIE), de Andrey Stempkovsky
MOZZARELLA STORIES (MOZZARELLA STORIES), de Edoardo de Angelis
MUNDO INVISÍVEL, de Vários
NAMORADA (GIRLFRIEND), de Justin Lerner
NEM SANSÃO NEM DALILA, de Carlos Manga
NERVOS À FLOR DA PELE (ÓRÓI), de Baldvin Z
NINGUÉM ALÉM DE VOCÊ (POUPOUPIDOU), de Gérald Hustache-Mathieu
NO LUGAR ERRADO, de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diogenes, Ricardo Pretti
Nº. 89 SHIMEN ROAD (HEI BAI ZHAO PIAN), de Haolun Shu
NÓS ACREDITÁVAMOS (NOI CREDEVAMO), de Mario Martone
NOVO MUNDO (SHINSEKAI), de Lim Kah Wai
O CAMINHO PARA CASA (LA STRADA VERSO CASA), de Samuele Rossi
O CAMPO (EL CAMPO), de Hernan Belon
O CÉU SOBRE OS OMBROS (O CÉU SOBRE OS OMBROS), de Sérgio Borges
O DEDO (EL DEDO), de Sergio Teubal
O DESAPARECIMENTO DO GATO (EL GATO DESAPARECE), de Carlos Sorin
O DOMINADOR (CHO-NEUNG-NYEOK-JA), de Kim Min-suk
O FUTURO (THE FUTURE), de Miranda July
O GAROTO DA BICICLETA (LE GAMIN AU VÉLO), de Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne
O HOMEM DO SPUTNIK, de Carlos Manga
O HOMEM QUE NÃO DORMIA, de Edgard Navarro
O JUSTICEIRO (BOOMERANG!), de Elia Kazan
O LEÃO DE SETE CABEÇAS, de Glauber Rocha
O LEOPARDO (IL GATTOPARDO), de Luchino Visconti
O LEVANTE (LA SUBLEVACIÓN), de Raphael Aguinaga
O MANUSCRITO PERDIDO (O MANUSCRITO PERDIDO), de José Barahona
O MISTÉRIO DAS LAGUNAS, FRAGMENTOS ANDINOS (EL MISTERIO DE LAS LAGUNAS. FRAGMENTOS ANDINOS), de Atahualpa Lichy
O MUNDO DE CORMAN: AVENTURAS DE UM REBELDE DE HOLLYWOOD (CORMAN'S WORLD: EXPLOITS OF A HOLLYWOOD REBEL), de Alex Stapleton
O OUTRO LADO DO SONO (THE OTHER SIDE OF SLEEP), de Rebecca Daly
O PALHAÇO, de Selton Mello
O PATINHO FEIO (THE UGLY DUCKLING), de Garri Bardin
O PRIMEIRO RAPAZ (PERVYY PAREN), de Sergei Paradjanov
O PURITANO DA RUA AUGUSTA, de Amácio Mazzaropi
O QUE HÁ DE NOVO NO AMOR? (O QUE HÁ DE NOVO NO AMOR?), de Vários
O RUÍDO DO GELO (LE BRUIT DES GLACONS), de Bertrand Blier
O SÉTIMO SATÉLITE (SEDMOY SPUTNIK), de Aleksei German, Grigori Aronov
O SOM DO AMOR (AMI AADU), de Somnath Gupta
O TROVADOR KERIB (ASHUGI QARIBI), de Sergei Paradjanov, Dodo Abashidze
O VIRA-CASACA (SKRZYDLATE SWINIE), de Anna Kazejak
ÓCIO (OCIO), de Alejandro Lingenti, Juan Villegas
OLHANDO ESPELHOS (AYENEHAYE ROOBEROO), de Negar Azarbayjani
OLHE PRA MIM DE NOVO, de Kiko Goifman, Claudia Priscilla
ONDE A ESTRADA ENCONTRA O SOL (WHERE THE ROAD MEETS THE SUN), de Mun Chee Yong
OS 3, de Nando Olival
OS CONTOS DA NOITE (LES CONTES DE LA NUIT), de Michel Ocelot
OS HIPOPÓTAMOS DE PABLO ESCOBAR (PABLO'S HIPPOS), de Antonio Von Hildebrand, Lawrence Elman
OS ÓRFÃOS (DIE VATERLOSEN), de Marie Kreutzer
OSLO, 31 DE AGOSTO (OSLO, AUGUST 31ST), de Joachim Trier
OSMARINO AMÂNCIO: FILHO DA FLORESTA, de Adelino Matias, Emiliano Leal
PAÍS DO DESEJO, de Paulo Caldas
PAÍS DOS SONHOS (PAYS REVE), de Jihane Chouaib
PARA POUCOS (HAPPY FEW), de Antony Cordier
PARADA EM PLENO CURSO (HALT AUF FREIER STRECKE), de Andreas Dresen
PATER (PATER), de Alain Cavalier
PERIFERIC (PERIFERIC), de Bogdan George Apetri
POR QUE VOCÊ ESTÁ CHORANDO? (POURQUOI TU PLEURES?), de Katia Lewkowicz
PROJETO NIM (PROJECT NIM), de James Marsh
PROVAÇÃO NAS ESTRADAS (PROVERKA NA DOROGAKH), de Aleksei German
QUEM VAI À GUERRA (QUEM VAI À GUERRA), de Marta Pessoa
RAPSÓDIA UCRANIANA (UKRAINSKAYA RAPSODIYA), de Sergei Paradjanov
RAUL - O INÍCIO, O FIM E O MEIO, de Walter Carvalho
RECONCILIAÇÃO: O MILAGRE DE MANDELA (RECONCILIATION : MANDELA´S MIRACLE), de Michael Henry Wilson
RESPIRAR (ATMEN), de Karl  Markovics
REUS, de Eduardo Piñero, Alejandro Pi, Pablo Fernández
RIO VIOLENTO (WILD RIVER), de Elia Kazan
RUA HUVELIN (RUE HUVELIN), de Mounir Maasri
SÁBADO INOCENTE (V SOBBOTU), de Alexander Mindadze
SAUNA ON MOON (CHANG´E), de Zou Peng
SE NÃO NÓS, QUEM? (WER WENN NICHT WIR), de Andres Veiel
SERGEI PARADJANOV, O REBELDE (SERGUEÏ PARADJANOV,LE REBELLE), de Patrick Cazals
SHOCKING BLUE (SHOCKING BLUE), de Mark de Cloe
SINDICATO DE LADRÕES (ON THE WATERFRONT), de Elia Kazan
SMALL TOWN MURDER SONGS (SMALL TOWN MURDER SONGS), de Ed Gass-Donnelly
SOBRE FUTEBOL E BARREIRAS, de A. Hartmann, L. Justiniano, J. Menezes, João C. Assumpção
SOBRE O PODER (DEL PODER), de Zaván
SOLDADOS A CAMINHO DO PUTEIRO - MEMÓRIAS DE UMA GUERRA QUASE IMAGINÁRIA, de Hermes Leal
SOMBRAS DOS ANCESTRAIS ESQUECIDOS (TINI ZABUTYKH PREDKIV), de Sergei Paradjanov
SUBMARINO (SUBMARINE), de Richard Ayoade
SUDOESTE (SUDOESTE), de Eduardo Nunes
TATSUMI (TATSUMI), de Eric Khoo
TAXI DRIVER (TAXI DRIVER), de Martin Scorsese
TERRA DE UM SONHO DISTANTE (AMERICA, AMERICA), de Elia Kazan
TERRA SUBLEVADA, PARTE 1, OURO IMPURO (TIERRA SUBLEVADA, PARTE 1, ORO IMPURO), de Fernando Solanas
TERRA SUBLEVADA, PARTE 2, OURO NEGRO (TIERRA SUBLEVADA, PARTE 2, ORO NEGRO), de Fernando Solanas
TEUS OLHOS MEUS, de Caio Sóh
THE DAY HE ARRIVES (BUKCHON BANGHYANG), de Hong Sangsoo
THE DOOR OF NO RETURN (LA PUERTA DE NO RETORNO), de Santiago A. Zannou
THE DYNAMITER (THE DYNAMITER), de Matthew Gordon
THE FORGIVENESS OF BLOOD (THE FORGIVENESS OF BLOOD), de Joshua Marston
THE GIANTS (LES GÉANTS), de Bouli Lanners
THE MEXICAN SUITCASE (THE MEXICAN SUITCASE), de Trisha Ziff
THE STOKER (KOCHEGAR), de Alexey Balabanov
THE TERRESTRIALS (THE TERRESTRIALS), de René Daalder
THE YELLOW SEA (HWANG-HAE), de Na Hong-jin
THIS IS MY PICTURE WHEN I WAS DEAD (THIS IS MY PICTURE WHEN I WAS DEAD), de Mahmoud al Massad
TOAST (TOAST), de S.J. Clarkson
TUDO PELO PODER (THE IDES OF MARCH), de George Clonney
UM DOMINGO COM FREDERICO MORAIS, de Guilherme Coelho
UM MUNDO MISTERIOSO (UN MUNDO MISTERIOSO), de Rodrigo Moreno
UM POUCO MAIS PERTO (A LITTLE CLOSER), de Matthew Petock
UM ROSTO NA MULTIDÃO (A FACE IN THE CROWD), de Elia Kazan
UM.DOIS.UM (YEK.DO.YEK), de Mania Akbari
UMA CARTA PARA ELIA (A LETTER TO ELIA), de Martin Scorsese, Kent Jones
UMA FAMÍLIA A TRÊS (TAGE DIE BLEIBEN), de Pia Strietmann
UMA INCRIVEL AVENTURA (AFRICA UNITED), de Debs Gardner Paterson
UMA LONGA VIAGEM, de Lúcia Murat
UMA RUA CHAMADA PECADO (A STREETCAR NAMED DESIRE), de Elia Kazan
UMA VIAGEM (IZLET), de Nejc Gazvoda
UNA VITA TRANQUILLA (UNA VITA TRANQUILLA), de Claudio Cupellini
UNIDADE 7 (PAVILJOEN 7), de Zoli Schwarcz
VAI-VAI: 80 ANOS NAS RUAS, de Fernando Capuano
VAMOS FAZER UM BRINDE, de Cavi Borges / Sabrina Rosa
VENEZA (WENECJA), de Jan Jakub Kolski
VIDA QUE SEGUE (DE LEUR VIVANT), de Géraldine Doignon
VIDAS AMARGAS (EAST OF EDEN), de Elia Kazan
VIDAS PEQUENAS (VIDAS PEQUEÑAS), de Enrique Gabriel
VINTE DIAS SEM GUERRA (DVADTSAT DNEY BEZ VOYNI), de Aleksei German
VOU RIFAR MEU CORAÇÃO, de Ana Rieper
VULCÃO (VOLCANO), de Runar Runarsson
WAYS OF THE SEA (HALAW), de Sheron Dayoc
XICA DA SILVA (XICA DA SILVA), de Carlos Diegues

sábado, 15 de outubro de 2011

Leon Cakoff, fundador da Mostra, morre aos 63 anos


Faleceu nessa sexta-feira, 14 de outubro, o crítico, produtor,escritor, cineasta e fundador da Mostra de São Paulo Leon Cakoff, aos 63 anos. Cakoff sofria de um melanoma, agressivo câncer de pele que já havia sido tratado em 2002, mas que o atacou novamente no ano passado. Foi uma figura essencial para o cinema no Brasil, atuando como cineclubista e programador do antigo cinema do MASP, combatendo a ditadura (sírio naturalizado no Brasil, Cakoff é um pseudônimo para Chadarevian, utilizado devido a problemas com o regime militar). Desde as primeiras Mostras, exibiu filmes das mais variadas nacionalidades, muitas vezes às escuras numa batalha contra a censura, e criou o 'voto popular' para melhor filme. Trouxe ao Brasil cineastas como Pedro Almodóvar, Quentin Tarantino, Abbas Kiarostami e Manoel de Oliveira, até então pouco conhecidos pelo público daqui. Seu legado é inestimável para a cidade de São Paulo e para o Brasil, que entrou no circuito dos mais importantes festivais mundiais de cinema. A Mostra fica nas mãos de Renata de Almeida, sua esposa e co-diretora da Mostra há 20 anos. O Kinemail, que vai à Mostra de São Paulo desde a 28ª edição em 2004, lamenta a perda e promete a melhor cobertura possível da 35ª Mostra como uma homenagem à memória de Leon Cakoff.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


De 21 de outubro a 3 de novembro, acontece em São Paulo a tradicional Mostra Internacional de Cinema. Durante duas semanas, a 35ª Mostra Internacional de Cinema propicia que cinéfilos acompanhem cerca de 250 títulos dos mais variados países e cinematografias, que serão exibidos em 22 salas, entre cinemas, museus e centros culturais espalhados pela capital paulista. A seleção é um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial está produzindo e quais as tendências, temáticas, narrativas e estéticas estão predominando ao redor do mundo. O Kinemail acompanhará tudo diariamente, com textos publicados aqui no KinemailBlog.

Nesta edição, a arte da Mostra é assinada pelo desenhista Mauricio de Sousa, com seu primeiro personagem de quadrinhos, Piteco, criado em 1964. Além da seleção de filmes e oficinas, a Mostra inaugura uma exposição inédita reunindo as obras de um dos grandes mestres do cinema soviético, Sergei Paradjanov (1924-1990). PARADJANOV, O MAGNÍFICO vai contar com cerca de 60 trabalhos do mestre, entre pinturas, instalações, colagens e desenhos. Montada por Daniela Thomas e Felipe Massara, a exposição acontece de 19 de outubro e até dia 20 de novembro, no Museu da Imagem e do Som – MIS. Alem da exposição, a Mostra apresenta ainda uma retrospectiva de Paradjanov e o documentário PARADJANOV, O REBELDE, de Patrick Cazals.

Entre os filmes confirmados para a 35ª Mostra estão O AMOR NÃO TEM FIM (Late Bloomers), de Julie Gavras (A Culpa é do Fidel); HABEMUS PAPAM, de Nanni Moretti (Caro Diário e O Quarto do Filho); O FUTURO (The Future), de Miranda July (Eu, Você e Todos Nós); A ILUSÃO CÔMICA (L'Illusion Comique), de Mathieu Amalric; LOW LIFE, de Nicholas Klotz e Elisabeth Perceval; COMO COMEÇAR SEU PRÓPRIO PAÍS (How To Start Your Own Country), de Jody Shapiro (produtor de A Música Mais Triste do Mundo, de 2003); AS NEVES DO KILIMANJARO (The Snows of Kilimanjaro) , de Robert Guédiguian; ERA UMA VEZ NA ANATOLIA (Once Upon a Time In Anatolia), de Nuri Bilge Ceylan, que ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2011; OS CONTOS DA NOITE (Les Contes De La Nuit), de Michel Ocelot (mesmo diretor de Príncipes e Princesas, 2000, e As Aventuras de Azur e Asmar, 2006), CAVERNA DOS SONHOS ESQUECIDOS (Cave Of Forgotten Dreams), documentário em 3D de Werner Herzog; SLEEPLESS NIGHT STORIES, de Jonas Mekas (A Letter from Greenpoint); PATER, o novo filme de Alain Cavalier (Irène); CISNE, da portuguesa Teresa Villaverde (Os Mutantes); MUNDO MISTERIOSO, de Rodrigo Moreno; e SORELLE MAI, de Marco Bellocchio (Vincere).