Sem muito alarde, somos projetados para três anos após os eventos anteriores. Nosso protagonista agora é o doutor Alex Nzila, negro de descendência africana e conhecido da família Velten, que se vai de sua terra natal Londres ao Camarões para coletar informações sobre a epidemia da doença. Lá ele encontra Ebbo, agora com um melancólico semblante, e uma tonelada de desilusões. É quando A DOENÇA DO SONO começa a dizer a que realmente veio. E eu não quero revelar muita coisa, apenas digo que não é uma transformação em um filme gênero como o poster pode sugerir. É algo muito maior, de forte impacto e que dificilmente deixa seus espectadores indiferentes (o público da minha sessão estava claramente dividido). Pequenas revelações e descobertas transformam os pensamentos de Alex, e põe os nossos em parafuso. É um filme lento, que exige certa paciência, mas as recompensas são muito válidas. Para empolgar um pouco mais, o final é um dos melhores que vi nessa 35ª Mostra. A DOENÇA DO SONO é intenso, gradualmente tenso e problematiza assunto altamente relevantes como altruísmo e deslocamento, questionando e demolindo as raízes de uma ingênua se não falsa, filantropia estrangeira.
por Filipe Marcena
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