segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Mais um surreal vintage de Guy Maddin


Cineasta experimental canadense pouco conhecido pelo grande público, Guy Maddin tem passagem privilegiada na Mostra SP, onde já teve uma retrospectiva de sua obra completa e chegou ao auge de exposição com  Brand Upon The Brain! (2007), exibido com narração ao vivo de atores paulistas em evento especial na Mostra. O trabalho de Maddin é marcado pela linguagem do cinema mudo, que ele mimetiza à perfeição, com muita influência do surrealismo, basicamente realizando "cinema como sonho", com resultados interessantes, mas não muito mais que uma experiência estética. Como traço moderno, seus filmes apresentam muita nudez, masculina principalmente, de rapazes e garotas de beleza angelical. O recente My Winnipeg tinha traços autobiográficos fortes, sobre a sua cidade natal. Neste novo KEYHOLE (buraco da fechadura), temos uma ficção sobre segredos de uma família (que chega a lembrar o universo de Nelson Rodrigues) com muita música, flashbacks e narração em off, sobre Ulysses Pick, um gangster que volta para casa depois de uma longa ausência para reencontrar seus filhos e esposa, e fará uma verdadeira odisséia pelos cômodos de sua fantasmagórica casa. Cinema nada convencional, quase como um longo videoclipe surreal, é filme que só encontra mesmo espaço em festivais e mostras e, para mim que já vi antes vários filmes de Maddin na Mostra SP, a experiência tende a ser um tanto cansativa, repetitiva. Para quem não conhece, é uma rara oportunidade de ver na tela grande. Como curiosidade, KEYHOLE conta com famosos no elenco: Isabella Rosellini, Jason Patric e Udo Kier.

Por Fernando Vasconcelos
Visto no Cine SABESP em 25/10/12
Cotação: REGULAR

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